O aparecimento e
desenvolvimento de novas formas de arte, como a fotografia e o cinema, com as quais
deixa de fazer sentido distinguir entre original e cópia, traduz-se no fim da
«aura» dos objetos artísticos. A fotografia e o cinema podem agora ser
reproduzidos e apresentadas em vários locais, em simultâneo, e de forma
absoluta, ao contrário de uma pintura que só se expõem num local num
determinado tempo. Walter Benjamin foca-se então no aqui-agora, conceito que confere à obra a sua unidade, a sua aura,
que é composta por tempo e espaço. Com a reprodutibilidade técnica, a obra
perde, então, a sua aura, o seu aqui-agora.
Assim, para o autor há algo que se perde do momento da criação, a autenticidade
e a autoridade, visto que não podem ser reproduzidas.
Esta perda da aura liberta a arte para novas possibilidades, pois livra-se
do tradicionalismo e do elitismo burguês, para se virar agora para a grande
massa. Podemos dizer que as novas tecnologias democratizaram a arte, numa nova
lógica modernista de caris capitalista. Walter Benjamin considera a
reprodutibilidade técnica como a mudança estética na relação entre modernidade
e mecanização. O autor relaciona a queda da aura da obra de arte com a ideia de
“politização da arte”, onde se verifica a queda de todos os valores inerentes à
arte, a autenticidade, a singularidade, a originalidade, o mistério, a durabilidade.
A percepção da arte muda com a reprodução massiva, o que leva, também, a
transformações sociais. Mudam os paradigmas da arte, a função cultural e ritual
da arte desaparece para dar lugar à sua
função política.
Na dimensão estética a reprodutibilidade massiva da arte faz aumentar o
valor de exposição, que se vai traduzir na democratização e na, consequente,
emancipação das massas. Já na dimensão política, esta mudança implica um público
mais receptivo aos estímulos, que são controlados por quem controla os
instrumentos políticos.